Língua presa: confira 5 curiosidades sobre a condição que afeta adultos e crianças 

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Quem tem língua presa costuma sofrer bullying, porque muita gente acha estranha – e até mesmo engraçada – a maneira como a pessoa fala. Acontece que não se trata, por exemplo, de algo jocoso nem voluntário, mas de uma questão estrutural. Aqui, cinco curiosidades sobre a anquiloglossia, o nome que os médicos usam para se referir a essa condição.  

1. Não é doença

Você pode até encontrar textos na internet que se referem à língua presa como algo patológico – mas não é assim. Embora ela traga alguns transtornos no dia a dia, está relacionada a um detalhe anatômico.   

Para quem ouve, a impressão é que a língua do interlocutor está travada. Isso acontece por causa do frênulo ou freio lingual, ligamento que une a parte inferior da língua à base da boca. Ele é mais curto e espesso – ou mais delgado – que o usual, dificultando a movimentação da língua e, consequentemente, a alimentação e a fala.  

2. É um problema congênito

A alteração do freio lingual acontece ainda na fase embrionária. Com o desenvolvimento do feto, o normal é que o freio lingual regrida naturalmente, processo que não acontece como deveria em caso de anquiloglossia. 

3. Atrapalha a amamentação 

No caso de bebês, uma maneira simples de identificar o problema é observar a língua durante o choro: formato parecido com o de um coração, arredondado ou com uma fenda suave geralmente indicam alterações no frênulo.  

Esse cuidado é importante por uma questão imediata, já que a língua presa dificulta que o bebê mame normalmente (ele tem dificuldade para pegar o seio da mãe e sugar o leite), o que acarreta perda de peso e desmame precoce. Nesse caso, é melhor falar com o pediatra o quanto antes, já que o diagnóstico precoce evita muitos problemas.  

Uma das formas de identificar o problema é verificar a pontuação no Protocolo de Bristol que avalia o frênulo, a aparência da ponta da língua e sua projeção quando colocada para fora da boca. 

4. Adultos também têm sinais, além da fala “diferente”

Quando o problema não foi diagnosticado e resolvido na primeira infância, existem sinais simples para identificar a língua presa, além da articulação da fala em si: 

  • Dificuldade de movimentar a língua dentro da boca (para cima e para os lados) e também de colocá-la para fora;  
  • A ponta da língua tem o formato parecido com o de um quadrado quando a pessoa coloca para fora (o normal é que a extremidade fique mais pontuda);  
  • Os dentes frontais da arcada inferior ficam espaçados, o que se chama de diastema. 

5. O tratamento geralmente é cirúrgico

Quando não é solucionada com tratamento fonoaudiológico, o próximo passo para corrigir a língua presa é a frenotomia. Trata-se de uma cirurgia simples feita com bisturi ou com laser sob anestesia local. Pode ser feita em bebês, para evitar prejuízos no desenvolvimento. 

Adultos também podem se submeter à frenectomia, pois a anquiloglossia afeta a respiração, a alimentação e a comunicação, além de prejudicar a higiene bucal adequada, o que pode provocar doença periodontal.  


Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes – Médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico, preceptor da Residência Médica de Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein. 

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