Revisão técnica: Ana Paula Cardoso, oncologista clínica do Hospital Israelita Albert Einstein
Câncer. Esta é uma palavra capaz de fazer qualquer pessoa ficar em estado de alerta. E não é para menos, certo? No entanto, embora a doença seja considerada uma das principais causas de morte em todo o mundo, seu diagnóstico pode reservar perspectivas promissoras.
Uma delas envolve a melhora cada vez mais contundente das taxas de sucesso nos tratamentos. Muitos tipos de câncer têm cura e, quanto antes diagnosticados, maior a chance de alcançá-la.
Então, que tal saber mais sobre esse assunto? Continue a leitura e veja as diferenças entre dois tipos de tratamentos muito populares, que são a quimioterapia ou a radioterapia. Descubra as vantagens, os possíveis efeitos colaterais e muito mais. Boa leitura!
O que é a radioterapia?
A radioterapia é um dos principais tratamentos contra o câncer. Ele consiste no uso de radiações para atacar as células tumorais. Um exemplo disso são os raios X
Como funciona esse tratamento?
A radioterapia funciona como uma espécie de ataque localizado ao tumor. Com cada vez mais tecnologia, o paciente consegue obter resultados muito mais satisfatórios atualmente. O objetivo é focar em um local e atingi-lo com raios que podem matar as células afetadas.
Por vezes, células “do bem” também são eliminadas nesse processo. No entanto, o esperado é que elas se recuperem logo, voltando a se regenerar, o que não deve acontecer com as células tumorais.
Para que a radioterapia é indicada?
A radioterapia é indicada, normalmente, nos casos em que os tumores são muito grandes, agressivos e não podem ser operados. No entanto, também pode ser uma alternativa nos casos mais brandos, nos quais o problema é localizado e ainda não se espalhou.
Alguns dos tipos de câncer que respondem muito bem a esse tratamento são:
Quais são os seus efeitos?
Ainda que seja pouco difundido, é possível observar a presença de alguns efeitos colaterais no caso de tratamentos com radioterapia. Eles normalmente estão relacionados com a área atingida pela radiação, mas também pode ser gerais:
- perda de cabelo, normalmente quando o tratamento é na região da cabeça;
- alterações na pele;
- cansaço;
- náuseas e vômitos;
- alterações no apetite.
Além disso, é comum que os pacientes apresentem alterações em seus exames de sangue. Por isso, o acompanhamento é fundamental para que tais problemas sejam resolvidos o quanto antes.
O que é a quimioterapia?
A quimioterapia também é um tratamento que ataca as células tumorais, mas dessa vez ela é feita a partir do uso de medicamentos, e não de raios que atingem essas estruturas.
Ela pode ser feita de diversas formas, como a partir da aplicação intravenosa, subcutânea (abaixo da pele), intramuscular (no músculo) ou por via oral (pela boca). Tudo dependerá do tipo de câncer, da extensão do dano causado pelos tumores e das particularidades de cada paciente e de cada “droga”.
Como funciona esse tratamento?
O tratamento quimioterápico é feito de forma sistêmica. Enquanto a radioterapia atua em áreas mais focadas, a quimioterapia passa por todo o corpo ao atingir a corrente sanguínea.
Nesse percurso, também é comum que células boas sejam atingidas e destruídas, assim como acontece com os radioterápicos.
Para que a quimioterapia é indicada?
A quimioterapia é utilizada em vários tipos de câncer, desde os localizados (como tumores únicos) até as metástases (nome dado aos focos em que o câncer se espalhou no organismo).
No caso de câncer disseminado, a quimioterapia é a melhor alternativa pois atinge todos os tecidos do organismo, chegando aonde a radioterapia não consegue chegar. Assim, é feito um tratamento mais completo, como uma varredura em busca das células afetadas.
Lembrando que esse tratamento pode ser indicado antes mesmo de serem identificadas as metástases, em uma tentativa de prevenir que elas aconteçam. Isso é muito comum em tipos de câncer que têm alta taxa de disseminação pelo corpo.
Quais são os seus efeitos?
Apesar de ser mais eficiente em atingir o corpo todo, a quimioterapia também é um tipo de tratamento que traz mais efeitos colaterais. Os mais comuns são:
- queda de cabelo;
- fraqueza;
- mal estar;
- falta de apetite;
- emagrecimento;
- náuseas ou vômitos;
- diarreia.
Boa parte dos pacientes precisa de medicamentos para controlar esses sintomas. Além disso, nesse caso, o acompanhamento médico por meio de exames de sangue também é essencial para identificar anemias ou baixas taxas de células defensivas, o que também pode acontecer com a quimioterapia.
Qual escolher: quimioterapia ou radioterapia?
A escolha do tratamento ideal dependerá de uma série de fatores, que vão desde o tipo de tumor, até a sua localização e a presença ou não de metástases. Essa é, portanto, uma decisão que deve ser tomada a partir de uma parceria honesta entre os médicos e o paciente. Juntos, eles poderão escolher a melhor estratégia de tratamento para o paciente.
Os profissionais da saúde entram com o conhecimento médico e com as evidências científicas, enquanto os pacientes compartilham as suas necessidades, suas vivências e seu estilo de vida. A união dos dois mundos é o melhor caminho para a escolha de um tratamento de sucesso.
É possível fazer uso dos dois tratamentos ao mesmo tempo?
Sim! Muitas vezes, os tratamentos acontecem de forma simultânea, eles podem ser sinérgicos, especialmente nos tipos de câncer mais agressivos e com grande chance de se espalhar pelo corpo. Mas, como dito anteriormente, isso depende do tipo de célula cancerígena, se ela responde melhor a essa sinergia ou não.
Dessa forma, os tratamentos são associados para dar um benefício maior ao paciente, ou separados para evitar sobrecarrega-lo com efeitos colaterais. Bons exemplos são o câncer de pulmão e o câncer de colo de útero.
A ideia é atingir o foco (tumor primário) com a radioterapia e, ao mesmo tempo, minar possíveis focos de células tumorais que estiverem espalhados pelo corpo. Esse é um tratamento mais intensivo e agressivo, mas que costuma trazer bons resultados.
É importante sempre se informar com o seu médico, em um bate-papo aberto sobre os seus temores e dúvidas. E, claro, tenha em mente de que o câncer é, sim, uma doença grave, mas que há tratamentos possíveis e que, em muitos casos, a cura ou a remissão são completamente alcançadas.
Como podemos ver, a escolha entre quimioterapia ou radioterapia dependerá de uma série de fatores, como o tipo de câncer e outros detalhes. No entanto, o importante é: há como tratar esse problema. Busque apoio médico e psicológico e enfrente essa batalha com todas as armas que tiver em mãos!
Para que mais pessoas conheçam a diferença entre quimioterapia ou radioterapia, compartilhe este artigo em suas redes sociais. Dessa forma, a informação é espalhada e você ajuda muitas outras pessoas!