É bastante comum que, em algum momento da sua vida, você tenha que enfrentar alguma disfunção hormonal. Seja pelo aumento da produção, seja por sua diminuição, esse é um problema que afeta o bom funcionamento do organismo. Portanto, requer tratamento.
De modo bastante simples, essa é uma fase de transtorno para o corpo. Isso significa que vários sintomas podem surgir, alguns mais simples e outros mais complicados. Por exemplo, aumento de peso, excesso de pelos, disfunção erétil, acne e até traços de depressão.
Tudo isso pode deixar qualquer pessoa preocupada. Porém, esse é o momento de buscar informações. Por isso, criamos este post para mostrar como as disfunções hormonais funcionam e de que forma tratá-las. Continue lendo!
O que é disfunção hormonal?
A disfunção hormonal consiste em um desequilíbrio na produção ou na secreção de um hormônio. Assim, o organismo pode ter o excesso ou a falta dessa substância. Devido a esse desequilíbrio, muitas atividades corporais são afetadas e isso interfere, inclusive, no bem-estar e na qualidade de vida.
Um exemplo é o impacto na produção de insulina, que leva à diabetes. Outro é a produção insuficiente de hormônios tireoidianos T3 e T4, situação que gera o hipotireoidismo. Alguns sintomas são cansaço excessivo, aumento de peso e outros semelhantes à depressão.
Enquanto isso, o hipertireoidismo — ou produção excessiva dos mesmos hormônios — pode gerar nervosismo, irritação, insônia, perda de peso, entre outros sintomas. Inclusive, essas disfunções podem ocasionar nódulos na tireoide.
Também vale ressaltar que as disfunções hormonais afetam tanto homens quanto mulheres. Portanto, é fundamental dar atenção aos sintomas da disfunção hormonal e fazer um acompanhamento médico frequente para diagnosticar qualquer problema.
Quais são as principais disfunções hormonais?
Existem vários tipos de desequilíbrio que afetam o organismo humano. Sabendo o que é disfunção hormonal, é importante também conhecer os principais tipos. Nesse cenário, as mais comuns são as que abordaremos em seguida.
Hipo e hipertireoidismo
Localizada no pescoço, a glândula da tireoide produz os hormônios T3 e T4. Eles controlam todo o metabolismo do organismo e interferem em várias funções, como fertilidade, batimentos cardíacos, ritmo intestinal e queima de calorias.
Diabetes
É uma doença caracterizada por impactos na produção da insulina, hormônio que retira a glicose do sangue e leva às células para que as funções sejam devidamente exercidas. Com isso, há vários sintomas, como aumento da sede e da vontade de urinar, visão embaçada e náusea.
Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
Consiste no aumento da testosterona no organismo feminino. Isso gera a produção de cistos nos ovários. Eles causam acne, ausência ou irregularidade da menstruação e, em casos mais graves, infertilidade.
Menopausa
É um período do organismo da mulher em que há uma redução significativa na produção de estrógeno. Isso marca o fim da menstruação e da fase reprodutiva. Gera sintomas como redução do desejo sexual, ondas de calor, batimentos cardíacos acelerados e secura vaginal.
Andropausa
É conhecida também como síndrome de deficiência androgênica, ou menopausa masculina. É um processo natural, em que a produção de testosterona diminui. Assim, há redução do volume testicular, disfunção erétil, mitigação do desejo sexual, da força e da massa muscular, entre outros.
Quais os principais sintomas da disfunção hormonal?
Os sintomas dependem da doença. De toda forma, existem alguns sinais comuns a quase todos os tipos de disfunção hormonal. Por isso, vamos tratar deles. Confira, a seguir.
Queda de cabelo
A perda de fios incomoda homens e mulheres, sendo sintoma de um possível descontrole hormonal. Isso porque o estrogênio e a testosterona impactam a saúde dos folículos capilares. Portanto, o processo de queda tende a se intensificar.
Cansaço excessivo
A baixa produção dos hormônios tireoidianos ou desequilíbrios na secreção de melatonina impactam o nível de energia do indivíduo. Com isso, aparece o cansaço excessivo.
No caso do hipotireoidismo, essa sensação surge devido ao metabolismo lento. Por sua vez, a falta de melatonina causa insônias durante a noite. Esse sono de má qualidade leva a noites mal dormidas.
Desequilíbrio no peso
O emagrecimento ou o aumento de peso repentino pode sinalizar uma disfunção nos hormônios. Normalmente, isso está relacionado à tireoide.
Acne
A pele sofre com as alterações hormonais. Quando em excesso, a testosterona aumenta a sua oleosidade, o que a torna mais passível à acne.
Irregularidades no ciclo menstrual
Os ciclos menstruais irregulares indicam disfunção hormonal. Isso porque o processo envolve várias dessas substâncias, como aquelas excretadas pela tireoide. Assim, há uma influência na desregulação da menstruação.
Infertilidade
As mulheres dependem do ciclo menstrual regular para conseguirem engravidar. Portanto, as disfunções no sistema endócrino geram infertilidade.
O que pode levar à disfunção hormonal?
As causas desses problemas são variadas. Basicamente, a disfunção pode ser patológica ou programada. Ou seja, o desequilíbrio pode surgir de forma esperada — como na menopausa e na andropausa — ou desencadeada por maus hábitos.
Nesse sentido, alguns dos principais fatores que levam a essa situação são:
- Alterações no sono: causam prejuízo na somatotrofina (hormônio do crescimento) e do cortisol (que regula o estresse). Sem a produção suficiente dessas substâncias, a pessoa acorda cansada, fica suscetível a crises de ansiedade e tem dificuldade para raciocinar;
- Estresse excessivo: ter níveis adequados de cortisol e adrenalina é positivo. Ambos os hormônios contribuem para a reação adequada em situações que exigem agilidade e atenção. Porém, em desequilíbrio, levam ao ganho de peso, à hipertensão e a outros problemas;
- Má alimentação: consumir muitos alimentos industrializados à base de açúcares e farinha prejudica os hormônios, especialmente, os tireoidianos. A soja também pode causar problemas, mas apenas se houver excesso e a pessoa já tiver alguma disfunção;
- Obesidade: aumentar o peso de forma excessiva também causa desequilíbrios no organismo. Isso porque os adipócitos — células que armazenam a gordura — têm função endócrina. Com isso, há mais chance de desenvolvimento da resistência à insulina, redução nos níveis de progesterona, e mais;
- Consumo de produtos artificiais: utilizar vários produtos pode causar disfunções hormonais. Alguns deles são esmaltes, certos tipos de plásticos, pesticidas etc. Esses itens têm desreguladores endócrinos e podem gerar problemas para a saúde.
Quais são os tratamentos para disfunção hormonal?
O primeiro passo é diagnosticar a existência do desequilíbrio no organismo. A partir dos sintomas, alguns exames podem ser solicitados. Normalmente, são exigidos os seguintes:
- Hormônio folículo estimulante (FSH);
- Hormônio luteinizante (LH);
- Prolactina;
- Estradiol;
- Hormônio tireoestimulante (TSH);
- T3;
- T4;
- Antígeno prostático específico (PSA), que não é um hormônio, mas permite identificar as alterações;
- Testosterona;
- Glicemia;
- Hemoglobina glicada.
A partir do diagnóstico correto, o tratamento costuma ser feito com a reposição hormonal. Nos casos em que há desregulação do ciclo menstrual, também é preciso resolver essa questão e tratar a infertilidade, quando ela existir.
Além disso, é necessário ter o comprometimento do paciente para realizar mudanças em seu estilo de vida. Assim, é importante adotar a prática de atividades físicas e de técnicas de relaxamento, evitar o consumo de cigarro, álcool e todos os tipos de drogas ilícitas.
Qual especialista cuida das disfunções hormonais?
O especialista muda conforme o problema. As três opções são:
- Endocrinologista: cuida das doenças relacionadas ao metabolismo e aos hormônios;
- Ginecologista: trata as disfunções hormonais que impactam o sistema reprodutor, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP);
- Urologista: toma conta dos desequilíbrios de hormônios no sexo masculino.
Além disso, você pode se consultar com um médico generalista. Ele verificará seus sintomas e fará os encaminhamentos necessários aos especialistas. Assim, já é possível começar um acompanhamento.
Qualquer disfunção hormonal precisa ser bem diagnosticada e tratada. Afinal, a piora na qualidade de vida tende a ser significativa. Ainda assim, em complemento, é preciso adotar hábitos saudáveis. Dessa forma, os resultados obtidos serão melhores.
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Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).