A esquizofrenia é uma doença mental grave que afeta a forma como uma pessoa pensa, sente e se comporta. Os portadores de esquizofrenia podem parecer que perderam o contato com a realidade, o que gera angústia para eles e suas famílias.
Os sintomas da esquizofrenia podem dificultar a participação em atividades cotidianas, mas tratamentos eficazes já estão disponíveis. Muitas pessoas podem alcançar a independência e desfrutar de relacionamentos pessoais. A doença não causa prejuízo à capacidade intelectual, embora ao longo do tempo possam aparecer prejuízos cognitivos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a esquizofrenia é a terceira causa de perda da qualidade de vida entre os 15 e 44 anos. No Brasil, estima-se que 1,6 milhão de pessoas sejam portadoras da doença.
Como é a evolução da esquizofrenia?
A evolução da esquizofrenia é variável e pode ser dividida em três grupos:
- Aproximadamente um terço dos casos apresenta recuperação completa ou quase completa;
- Cerca de um terço dos pacientes experimenta remissão incompleta, o que significa que há uma melhora significativa, mas ainda existem sintomas residuais que afetam o funcionamento profissional, social e afetivo.
- O último terço dos pacientes avança para uma deterioração importante e persistente da capacidade de funcionamento profissional, social e afetivo.
Quais os sintomas de esquizofrenia?
A esquizofrenia é caracterizada pela dissociação entre o que é real e o que é imaginário por parte do indivíduo. O portador dessa doença tem alucinações, que constituem alterações da percepção, como “ouvir vozes” e ter visões e sensações não compartilhadas por outras pessoas, mas que para o paciente parecem reais.
Pessoas com esquizofrenia geralmente são diagnosticadas entre as idades de 16 e 30 anos, após o primeiro episódio de psicose. Pesquisas mostram que mudanças graduais no pensamento, humor e funcionamento social muitas vezes aparecem antes do primeiro episódio de psicose.
Os sintomas da esquizofrenia podem diferir de pessoa para pessoa, mas geralmente se enquadram em três categorias principais: psicóticos, negativos e cognitivos.
Sintomas psicóticos
Pessoas com sintomas psicóticos experimentam o mundo de uma maneira distorcida. Para algumas delas, esses sintomas vêm e vão. Para outras, os sintomas tornam-se estáveis ao longo do tempo. Os sintomas psicóticos incluem alucinações, delírios (quando a pessoa tem crenças fortes que não são verdadeiras e que parecem irracionais para os outros) e dificuldade para organizar o pensamento.
Sintomas negativos
Os sintomas negativos incluem perda de motivação, perda de interesse ou prazer nas atividades diárias, abandono da vida social, dificuldade em mostrar emoções e dificuldade em viver normalmente.
Sintomas cognitivos
Os sintomas cognitivos incluem problemas de atenção, concentração e memória. Eles dificultam que o portador da doença acompanhe uma conversa, aprenda coisas novas ou lembre de compromissos.
O que causa esquizofrenia?
As causas da esquizofrenia ainda são desconhecidas. Acredita-se na existência de uma predisposição genética que interage com fatores físicos, ambientais e psicológicos para que a doença se manifeste.
Tipos de esquizofrenia
Os quatro tipos de esquizofrenia são:
- Paranoide: é a esquizofrenia mais comum e se caracteriza pela predominância de delírios persecutórios e alucinações;
- Hebefrênica: gera isolamento social, embotamento afetivo e deterioração global;
- Catatônica: o paciente se mantém com olhar perdido e flexibilidade cérea (tendência a ficar imóvel em uma única posição);
- Indiferenciada: agrupa características presentes em todos os outros tipos.
Quais são os tratamentos e terapias
Os tratamentos atuais para a esquizofrenia concentram-se em ajudar os indivíduos a gerenciar os sintomas e melhorar o funcionamento da vida diária, a fim de torná-los capazes de manter uma atividade profissional e relacionamentos. São utilizados medicamentos antipsicóticos, além do acompanhamento psicológico.
A família de um portador de esquizofrenia
Os familiares mais próximos do portador de esquizofrenia precisam de orientação e de apoio psicológico. Algumas organizações fazem a difusão de informação e organizam grupos de apoio para familiares, caso da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia.
Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes, médico do pronto atendimento e corpo clínico, preceptor da residência em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.