O enjoo, também conhecido como náusea, é um desconforto caracterizado pela vontade de vomitar. Geralmente, ele vem acompanhado de outros sintomas, como salivação excessiva, suor, calafrios e respiração acelerada. Além disso, pode ocorrer sensação de tontura, desconforto estomacal e mal-estar.
Caso o enjoo seja intenso, duradouro e persistente por mais de seis horas, é comum impactar na alimentação da pessoa, o que pode ocasionar fraqueza e desidratação. Esse desconforto merece ainda mais atenção quando acompanhado de febre e diarreia intensa, sendo necessária a avaliação médica em alguns casos, especialmente se persistir por mais de 2 dias. Se associado à confusão mental, é recomendada a busca imediata por atendimento médico.
Quais as principais de causas do enjoo
As causas do enjoo podem ser diversas. Algumas são pontuais e de baixa relevância médica, que passam rapidamente e sem tratamento, enquanto outras são de gravidade elevada, sinalizando doenças que requerem terapias específicas. Leia abaixo algumas possíveis causas:
- Enxaqueca – Enjoos e náuseas são sintomas recorrentes em casos de dor de cabeça e enxaqueca, independentemente do tipo e frequência
- Medicamentos – Em casos de reação adversa a algum tipo de tratamento, o enjoo pode ser passageiro ou recorrente. De qualquer forma, deve ser comunicado ao médico que fez a prescrição para que ele avalie a situação
- Gravidez – Especialmente nos primeiros meses, a gestação provoca alterações hormonais que causam enjoo. Em alguns casos, ele pode durar todo o período gestacional
- Odores fortes – Cheiros intensos, especialmente de produtos de limpeza e alimentos estragados, podem causar enjoo. Até a visualização de cenas que provocam nojo, mesmo sem exposição a odores, pode ter o mesmo efeito
- Alimentação – Há casos em que o enjoo é consequência de intolerância alimentar. Refeições com grande quantidade de alimentos ou consumo elevado e alimentos de difícil digestão, como carnes, doces e frituras, também podem causar enjoo. Algumas infecções podem ser causadas com a ingestão de alimentos contaminados (vírus, bactérias, protozoários ou parasitas) e gerar sintomas gastrointestinais (como enjoo, vômitos, diarreia)
- Ansiedade – Alterações psicológicas podem causar sintomas gastrointestinais, como náuseas, diarreia e falta de ar. Ansiedade e situações de estresse elevado estão entre as mais frequentes
- Esforço físico – Atividades físicas intensas podem desencadear enjoo. Entre as causas estão o acúmulo de ácido lático dos músculos e a interferência no processo digestivo. Se for recorrente, pode haver ligação com a saúde cardiovascular. Procure um médico
- Viagens – O movimento constante em longas viagens, especialmente no mar, pode causar enjoo. Algumas pessoas experimentam esse desconforto frequentemente, enquanto outras sofrem ocasionalmente. Existem abordagens preventivas.
- Doenças diversas – Alguns tipos de câncer, problemas do coração e doenças gastrointestinais (pancreatite, pedra na vesícula, hepatite e gastrite) são outras causas. Por isso, é importante estar atento à recorrência dos episódios e demais fatores associados que possam desencadeá-los. Isso ajudará o médico na investigação das possíveis causas.
Quais são os tratamentos para enjoo?
Como o enjoo é um sintoma que pode estar presente em muitas situações, o tratamento também depende de sua origem. Por exemplo, um paciente com câncer pode sofrer de enjoos devido aos efeitos dos medicamentos quimioterápicos. Cabe ao médico avaliar a continuidade da terapia ou a associação a outros medicamentos e abordagens que possam eliminar ou reduzir o enjoo.
Abordagens caseiras, embora sejam muito eficazes em situações pontuais de enjoo, podem mascarar a evolução de doenças. Portanto, é sempre importante estar atento à frequência dos episódios e a outros fatores associados ao seu surgimento e buscar orientação médica.
Revisão técnica: Erica M. Zeni, médica da Unidade de Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein. Possui graduação e residência em Clínica Médica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e residência em Medicina Interna pela Universidade de São Paulo (USP). Também possui pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica Medicina Paliativa, em Buenos Aires, Argentina.