A corioamnionite é uma infecção intrauterina que pode ocorrer durante a gravidez, embora não seja muito comum. O nome deriva do fato de que essa complicação afeta as membranas da bolsa amniótica que envolve o bebê e o líquido amniótico, chamadas de córion e âmnio.
Quais são as causas?
A corioamnionite é causada pela ascensão de bactérias da vagina para a cavidade uterina. Geralmente, para que isso ocorra, é necessário que a bolsa amniótica tenha se rompido, o que reduz uma camada de proteção.
Quanto mais tempo a bolsa estiver rompida (o que pode levar ao parto prematuro, antes das 37 semanas), maior é a chance de infecção, pois há mais tempo para as bactérias alcançarem o colo do útero e se proliferarem. Da mesma forma, quanto mais líquido amniótico restar, menor é o risco de infecção, uma vez que ele contém substâncias capazes de neutralizar as bactérias.
Os sintomas da corioamnionite
Os principais sinais da doença são febre e dor na região do útero, especialmente quando associados à perda de líquido pela vagina, o que pode indicar a ruptura da bolsa amniótica. Em estágios avançados dessa condição, pode ocorrer a eliminação de líquido com odor desagradável ou até mesmo pus pela vagina.
Riscos
Existe um risco de a infecção evoluir para a parede uterina. Além disso, o útero infectado tem dificuldade em manter sua contração após a saída do feto e da placenta, o que seria um mecanismo importante para reduzir o sangramento pós-parto.
Nos casos mais avançados, a infecção pode atingir a corrente sanguínea e se generalizar, uma situação conhecida como septicemia. Por outro lado, a infecção pode afetar o feto, cujos mecanismos de defesa ainda estão em desenvolvimento, o que pode exigir cuidados intensivos.
O diagnóstico da corioamnionite
A doença pode ocorrer em qualquer fase da gravidez, mas como a ruptura das membranas é mais comum no final da gestação e a corioamnionite está muito associada a essa condição, também será mais comum que a infecção aconteça nas últimas semanas de gravidez.
O diagnóstico da corioamnionite é principalmente feito de forma clínica, com a avaliação de um ginecologista obstetra. Além disso, um exame de sangue chamado hemograma revela o aumento de leucócitos, e provas inflamatórias, como PCR e VHS, costumam se mostrar alteradas nessas situações.
O tratamento
O tratamento da doença requer o uso de antibióticos, uma classe de medicamentos capaz de atuar sobre diversos tipos de bactérias, administrados por via endovenosa. Além disso, em geral, é preciso realizar o parto, mesmo que prematuro, como forma de eliminar as membranas infectadas. Pelo mesmo motivo, a necessidade de retirada do útero comprometido pela infecção é comum.
Revisão técnica: Sabrina Bernardez Pereira, médica da Economia da Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), mestrado e doutorado em Ciências Cardiovasculares pela Universidade Federal Fluminense.