Saiba mais sobre complicações que a presença do cálcio nas artérias coronárias pode provocar.
Por Dr. Carlos Augusto Homem de Magalhães Campos, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein / CRM SP 106 684
O que é aterosclerose coronária?
A aterosclerose coronária é um processo de formação de placas nas artérias que levam sangue para o músculo do coração. Estas placas são geralmente compostas de gorduras e tecido de inflamação, podendo conter cálcio.
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As placas nas paredes das artérias coronárias podem crescer e restringir o fluxo de sangue rico em oxigênio para o músculo do coração. Podem também provocar um coágulo de sangue que causaria um ataque cardíaco.
O que é calcificação coronária?
O cálcio é um elemento químico essencial para os organismos vivos. A maior parte do cálcio no corpo humano é encontrada nos dentes e ossos. Uma pequena quantidade, cerca de um por cento do cálcio total do corpo, encontra-se dissolvida no sangue.
O cálcio não dissolvido é duro e é difícil de ser quebrado ou cortado. Quando envelhecemos, depósitos de cálcio podem ser encontrados em muitas partes do nosso corpo. Calcificação das paredes das artérias, portanto, levam a um enrijecimento das paredes das artérias, que em casos extremos, podem dificultar o seu tratamento.
Qual o significado clínico de ter calcificação coronária?
Por um longo tempo, pensava-se que a calcificação arterial pudesse ser o resultado de um simples processo degenerativo. Mas evidências recentes sugerem que mecanismos mais ativos estão envolvidos, possivelmente decorrente de lesão ou inflamação da parede do vaso.
Desta forma, embora a calcificação das artérias coronárias possa ser considerada um fenômeno do envelhecimento, a calcificação extensa pode refletir aterosclerose mais grave, maior risco de ataque cardíaco e pior prognóstico.
Como detectar a calcificação coronária?
Atualmente o método mais utilizado para detecção de calcificação coronária é a tomografia computadorizada. A tomografia computadorizada cardíaca utiliza um equipamento especial de raios-x para produzir imagens das artérias coronárias para determinar se elas estão bloqueadas ou estreitadas pelo acúmulo de placa – um indicador de aterosclerose ou doença arterial coronariana.
As informações obtidas podem ajudar a avaliar se você está em risco aumentado de ataque cardíaco. Se extensa calcificação estiver presente, uma avaliação adicional pode ser necessária. O teste de estresse associado a técnicas de imagem nuclear ou ecocardiográfica são frequentemente realizados.
O cateterismo coronário com angiografia das artérias coronárias pode ser indicado para avaliar a gravidade e a extensão do estreitamento coronário.
Qual o tratamento para as calcificações coronárias?
O tratamento de indivíduos com presença elevada de calcificação coronária deve ter como objetivo reduzir o risco. Isso envolve o tratamento de distúrbios lipídicos (ou do colesterol), hipertensão arterial e diabetes, se presentes. Parar de fumar é essencial. Recomenda-se exercícios moderados e regulares de forma supervisionada.
Quando as calcificações coronárias levam a uma obstrução significativa ao fluxo sanguíneo para o coração faz-se necessário uma revascularização miocárdica. Esta revascularização pode ser feita através de cirurgia cardíaca (com tórax aberto) ou minimamente invasiva (angioplastia coronária).
É possível retirar o cálcio das artérias coronárias?
Ainda não está claro na literatura médica se um alto escore de cálcio possa realmente ser revertido com medicações. Na angioplastia coronária (tratamento por cateter) existem estratégias dedicadas para o tratamento deste tipo de lesões.
A primeira delas é o scoring balloon que é um balão com pequenas lâminas metálicas. Quando este pequeno balão é insuflado dentro da artéria coronária, estas lâminas atuam na parede endurecida do vaso e permitem a dilatação das obstruções coronárias calcificadas.
Outra opção minimamente invasiva é a aterectomia rotacional. Em uma aterectomia rotacional, os cardiologistas intervencionistas utilizam um instrumento rotatório de diamante que gira a uma velocidade de até 180.000 rpm pulverizando o cálcio em pequenas partículas, reestabelecendo o fluxo sanguíneo.
O Hospital Israelita Albert Einstein realiza rotineiramente a pesquisa e tratamento da doença arterial coronária, incluindo lesões calcificadas complexas.
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É sempre bom esse esclarecimento.