O que é bico de papagaio e como tratar esse problema

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Sente dores na coluna? Bom, você não está sozinho! De acordo com dados levantados e divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% da população já teve ou vai ter problemas com esse sintoma. Ou seja: é muita gente. 

Mas, afinal, por que tantas pessoas sofrem com esse problema? Não há uma resposta definitiva, já que as dores nas costas podem ter inúmeras causas diferentes. Elas vão desde um mal hábito postural até alterações estruturais na região.

Este último motivo está relacionado com a presença do bico de papagaio, tema do nosso bate-papo de hoje. Então, que tal conferir algumas informações extras sobre essa situação e ficar por dentro do assunto? Vamos lá e boa leitura!

O que é bico de papagaio?

Bico de papagaio é o nome “popular” de um problema conhecido como osteofitose. Essa nomenclatura é dada por conta da aparência da lesão nos exames de raios-x, que nos lembra o bico da ave em questão por conta da curvatura.

Os bicos de papagaio são lesões que se apresentam na coluna vertebral, gerando os chamados “osteófitos”. Estes, por sua vez, são como um prolongamento dos ossos, que aparecem por conta da progressão do problema. Isso ocorre graças à deposição de cálcio (mineral que compõe os ossos) na região.

É mais comum que apenas um dos discos (divisões) da coluna apresentem o bico de papagaio, mas há pacientes que têm mais de uma estrutura com esse problema. Além disso, eles podem estar presentes em qualquer divisão da coluna, assim como em ossos que nem fazem parte dessa região do corpo.

Quais são as possíveis causas de bico de papagaio?

Agora que você já sabe o que é o bico de papagaio, é hora de saber as suas causas. A primeira razão para o seu desenvolvimento é o envelhecimento das estruturas ósseas da coluna, que normalmente começa a acontecer por volta dos 45 anos. No entanto, alguns fatores de risco extra são o sobrepeso, a obesidade e o sedentarismo.

Mas isso não é tudo! Pessoas com doenças degenerativas ou crônicas também têm uma chance aumentada de desenvolver bicos de papagaio. Dentre as principais, podemos citar a artrite reumatoide, a espondilite anquilosante, a esclerodermia e o lúpus.

Por fim, alterações como artrose e hérnia de disco, além da má postura da coluna, também podem contribuir para esse quadro. 

Quais são os sintomas do bico de papagaio?

Os bicos de papagaio são lesões bem progressivas, ou seja, que não surgem do dia para a noite. Elas são o resultado de anos de deposição de cálcio nos ossos, até que a pontinha se forme e fique visível nos exames de raios-x.

Por isso, é muito comum que os pacientes não sintam absolutamente nada por muitos e muitos anos, sendo um problema inicialmente assintomático. No entanto, quando os sinais aparecem, é porque a lesão já está um pouco mais avançada.

A partir daí, os sintomas que podem surgir são:

  • Dor na coluna, que normalmente fica um pouco mais controlada quando o paciente se senta;
  • Dor irradiante (que se espalha) para as pernas;
  • Queimação;
  • Formigamento nas pernas e dos pés;
  • Perda na sensibilidade das pernas e dos pés;
  • Cãibras;
  • Perda da força muscular;
  • Músculos rígidos (travados);
  • Dificuldade para se movimentar (esticar a coluna, por exemplo, pode ser um desafio).

Como é feito o diagnóstico do bico de papagaio?

Por conta da ausência de sintomas no comecinho do problema, é muito comum que os bicos de papagaio sejam diagnosticados “sem querer”. Ou seja: a pessoa vai ao médico por uma razão qualquer e, quando um exame de imagem é solicitado, é possível ver a “pontinha” surgindo em um ou mais ossos.

O diagnóstico, portanto, é feito com um exame bem simples: os raios-x. As imagens são bem claras e é possível ver perfeitamente a formação do osteófito ao bater o olho no resultado.

Alguns casos mais complexos, no entanto, podem exigir a realização de exames complementares. Por exemplo, quando o paciente perde a sensibilidade dos membros inferiores, o médico pode solicitar testes, como a ressonância magnética, que permitem a avaliação dos nervos da região afetada.

Quais são as formas de tratamento do bico de papagaio?

Agora, que tal você conferir alguns dos principais meios de tratamento dos bicos de papagaio? Lembrando que essa é uma alteração que pode ser atendida por muitos profissionais, incluindo o ortopedista, o reumatologista e os fisioterapeutas. Vamos lá!

Uso de medicações 

Em muitos casos, os profissionais responsáveis pelo seu caso poderão prescrever medicações para aliviar a dor e a inflamação. Dentre eles, estão os analgésicos e os anti-inflamatórios, que só podem ser utilizados com a prescrição médica. 

Prática de exercícios

A prática de atividades físicas, quando recomendada pelos profissionais, é uma ótima forma de lidar com os sintomas do bico de papagaio ou até mesmo prevenir que eles apareçam. Musculação e pilates, por exemplo, são boas maneiras de fortalecer a musculatura das costas e evitar esses problemas.

Fisioterapia

A realização de sessões de fisioterapia também é muito interessante tanto para prevenir quanto para tratar os sintomas do bico de papagaio. Essa prática ajuda na manutenção do movimento e reduz dores e outros desconfortos.

Cirurgia

Casos mais graves de bico de papagaio podem exigir a realização de uma cirurgia para remover as “pontinhas” formadas nos ossos. No entanto, ela só é feita em último caso, quando o paciente tem uma grande perda da qualidade de vida e sente dor ou dificuldade de se movimentar muito acentuadas.

Como podemos ver, o bico de papagaio é um problema que afeta muitas pessoas e que pode, felizmente, ser tratado com a abordagem correta. Para isso, no entanto, você precisa contar com uma boa equipe multidisciplinar, na qual os profissionais dialoguem entre si e busquem as melhores terapias para o seu caso.

Aproveite que você está por aqui e dê uma olhadinha em outro artigo do nosso blog, desta vez sobre o uso racional de medicamentos. Nada de se automedicar para lidar com a dor, ok? Busque atendimento adequado e se livre desse desconforto com o apoio de médicos e de outros profissionais!

Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).

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